domingo, 6 de junho de 2010

PEER GYNT


A Cia PeQuod – Teatro de Animação, mais importante companhia de Teatro de Bonecos do Rio de Janeiro, vai apresentar na Bahia um de seus mais emblemáticos espetáculos
PEER GYNT


A saga do inquieto e malandro Perr Gynt – personagem-título deste clássico do teatro moderno, figura que Henrik Ibsen moldou a partir de contos nórdicos tradicionais – ganhou em 2006, centenário da morte do autor, uma versão para bonecos e atores da Cia PeQuod, Teatro de Animação, uma das mais importantes companhias de teatro de bonecos do Brasil.  A companhia, dirigida por Miguel Vellinho, criou espetáculos premiados como O Velho da Horta, Filme Noir e A Chegada de Lampião no Inferno.

PEER GYNT combina bonecos e atores em um cenário de alta sugestão poética e revelação total das engrenagens que impulsionam a ilusão da cena. Esses esforços acabaram sendo recompensados com duas importantes indicações ao Prêmio Shell de Teatro (Melhor Direção e Melhor Cenografia), além de ter sido considerado pelo jornal O Globo como uma das dez melhores peças teatrais do ano.

A PeQuod aproxima assim a dramaturgia do autor norueguês de sua forma de fazer teatro. Para isso, e não por acaso, foi escolhida Peer Gynt, a obra mais fantasiosa, mais misteriosa e a que continha mais possibilidades de uma aproximação com o Teatro de Animação. Na verdade o texto de Peer Gynt não se alinha ao comprometimento com o realismo que outras peças de Ibsen possuem, diz Vellinho.Ibsen ali fazia uma crítica à postura do homem norueguês, a um modo de agir e pensar que o entristeciam profundamente. Peer Gynt é uma das duas primeiras produções de Ibsen quando ele decide se mudar para o estrangeiro, onde passou 27 anos entre a Itália e a Alemanha.

Mesclando bonecos com bonecos, bonecos com atores, atores com atores, usando objetos de cena como personagens, a montagem de PEER GYNT é um marco nos avanços dentro da linguagem a que se dedica a companhia. Sempre achei que o texto serviria para uma montagem com bonecos, tamanha a fantasia, a diversidade de cenários e personagens e a subversão do realismo, diz Miguel Vellinho. Entre as muitas discussões levantadas durante o processo, levantamos a questão do boneco como objeto antropomorfo. Diferentemente das nossas outras montagens, fugimos de um caráter figurativo, muito característico do nosso repertório, revelando os limites dessa linguagem. Desta vez está tudo a mostra e o público pode enxergar a maquinaria, por exemplo, entre outras mudanças”.

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