quinta-feira, 29 de abril de 2010

VEM AÍ, DECAMERON!


“Decameron" é uma irreverente comédia que mistura paixões, comportamentos humanos, infidelidade, sedução e trapaças sexuais. Pra contar essa história, da obra homônima do italiano Giovanni Boccaccio, o ator  e produtor Jô Santana, reuniu um grande elenco – Gorete Milagres,  Marcos Oliveira ( o Beiçola de "A Grande Família) , Zéu Britto, George Sauma (o Tatalo de "Toma Lá Dá Cá)  e mais  Camila Rodrigues, Jô Santana, Claudia Borioni,  Rose Lima e Luca Bianchi – que representam vários personagens de época, marotos e debochados. As hilariantes músicas, compostas por Zéu Britto, são cantadas e tocadas ao vivo pelo próprio elenco, o que dá ainda mais alegria ao espetáculo. 
Mergulhando nas raízes do sentimento popular, o autor revela o cotidiano de pequenos comerciantes e artesãos e de suas espertíssimas e fogosas mulheres, que fazem uso de seus truques e sabedorias para suas conquistas amorosas, sempre tentando preservar a imagem da família. Apostando numa linguagem cômica e na sátira popular, o texto ganha atualidade com as divertidas histórias de seus personagens. O público vai encontrar freiras devassas que realizam "milagres" sexuais, uma esposa traiçoeira com habilidade para negócios, um fugitivo maroto que tenta trapacear, jovens amantes, um criado que perde a cabeça por amor e um simplório comerciante que descobre as falcatruas da sua esposa. O texto é pontuado pela critica social e pela queda dos padrões repressivos e moral da sociedade. A obra é uma grande sim à vida, fortalecendo a força dos desejos e da liberdade social. “Decameron" propõe um painel sociológico de sua época, atacando hipocrisias e costumes e denunciando privilégios.

A PROMOÇÃO ACABARÁ AMANHÃ

Oi, pessoal.
O último dia para se inscrever concorrendo ao ingresso da peça "O Estrangeiro" é só até amanhã, até a meia-noite.
Sábado, eu coloco o nome do sortudo aqui no blog. 
Aproveitem e deem uma olhadinha no comercial que esta passando na TV Sudoeste. O comercial foi feito pelo meu amigo Dudu da TV Local 36.  Valeu Dudu!
Para ver é só clicar aqui:


http://www.youtube.com/watch?v=OCz1MnzgTkQ

domingo, 25 de abril de 2010

ANOTE AÍ - Uma boa dica de som


Não sei se já aconteceu com você, mas já teve algum CD que você fica ouvindo um bom tempo? 
Pois, meu último vício é o CD de Otto. Não consigo para de ouvir.Tento mudar, mas não tem jeito. Embala o meu dia, ou melhor, os meus dias.
Este ,com certeza, é o trabalho mais criativo dele. E não sou só eu que digo. Este álbum já foi elogiado no "New York Times".

CERTA MANHA ACORDEI DE SONHOS INTRANQUILOS -é o nome deste  último trabalho dele. Perfeito!
O título do álbum ele pegou emprestado da primeira frase do livro "A metamorfose" de Kafka. E é a transformação que tem uma forte ligação com o processo de criação do disco. Em uma  entrevista ,Otto diz :

Ele foi feito diante das minhas questões pessoais…meu desequilibrio tem natureza pensante. De clareza, ele amarga  a verdade. Minha forma de interagir com o mundo. A  não aceitação dos fatos que se apresentam. O saber dói tanto que  é prazer. Só sei que pra mim este disco foi lúcido, inteiro! O que estou sentindo, como estou digerindo a vida.

Entre os sonhos intranquilos de Otto está a indignação com a indústria fonográfica. "Não quero nem ouvir proposta de gravadora. Negociar com eles me constrange, derruba a auto-estima. Só falam de números e logo você começa a sentir culpa pelo que está fazendo. Não quero passar por isso. Trabalho melhor sem culpa".

Por isso, o disco foi todo gravado  no esquema de independência. Sem grana, mas com amigos. Fazem parte da banda : Catatau (guitarrista do Cidadão Instigado), Pupillo e Dengue (baterista e baixista da Nação Zumbi). A produção é de Otto e Pupillo. O cineasta, Paulo César Saraceni, se ofereceu para fazer um clipe e Tunga, a capa".

As dez faixas que compõem o álbum são fortes, reflexivas, tanto nas  letras como no som. Temos a participação de Lirinha, ex vocalista da banda Cordel do Fogo Encantado, na faixa "Meu mundo" , a voz mansa da cantora Céu , em  "O leite" e outra cantora convidada é a mexicana Julieta Venegas que canta em “Lagrimas Negras” e “Saudade”. Não consigo dizer qual é a melhor.

Fica a dica. 

Ah! A outra dica é que eu baixei o Cd do site: www.umquetenha.org. Lá você só vai encontar música de qualidade pra baixar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

PROMOÇÃO

 QUER GANHAR UM INGRESSO PARA ASSISTIR A PEÇA "O ESTRANGEIRO"?



BOM, ENTÃO, NÃO PERCA TEMPO. É SIMPLES!
PARA PARTICIPAR É  SÓ DEIXAR O SEU NOME E O SEU E-MAIL, AQUI NO COMENTÁRIO.
A PROMOÇÃO É  ATÉ SEXTA -FEIRA.
ESPERO VOCÊ LÁ.


Só para informar: Os ingressos já estão a venda.
Local: Centro de Cultura 
Dias e Horário: Segunda a sexta, das 14h às 18h.
                        Sábado (01/05) e Domingo (02/05), das 14 às 20h
Valor: 30,00(Inteira) 15,00 (meia)
Informações: 3424-4725/3424-3006     
                       

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Divagando - Fotografias de Edward Burtynsky


Acredito que muitas pessoas ,hoje, nem pararam  para pensar porque hoje foi feriado. Mas calma, eu não quero dar nenhuma aula de história. Agora, eu tenho certeza que muita gente pensou, com uma certa preguiça, em voltar a trabalhar amanhã.

Se estamos falando de trabalho, então,  vamos aproveitar o resto do feriado e dar  uma olhada nestas fotografias de Edward Burtynsky, um dos mais respeitados fotógrafos do Canadá.

Entre os temas preferidos de Burtynsky esta a indústria. Suas fotografias tem um caráter informativo, mas não deixa de revelar uma beleza, mesmo que esta beleza nos cause inquietação.



Estas fotos foram feitas enquanto viajava pela China para fazer uma reportagem sobre a industrialização acelerada deste país. Ele mostra a industrialização galopante e os seus efeitos na paisagem e nos habitantes.


Ao olharmos atentamente estas fotos, é difícil enxergar cada chinês como um indivíduo que tem sua família, suas alegrias, suas tristezas, sua história. É difícil ver como uma pessoa que quando acabar o seu turno, vai para casa se distrair, dar um beijo na esposa, brincar com seus filhos, ou melhor, seu filho. Estas coisas que fazemos quando saímos do trabalho.  E é isto que me causa agonia. Vemos como se fosse um todo. Vemos como se fosse uma peça de uma grande máquina. O que não deixa de ser verdade.

As fotos nos mostram uma rede humana que se confunde com os uniformes. Os padrões repetem-se até a exaustão de uma forma ordenada. Nos da a sensação que se um sair daquele lugar a máquina vai parar de funcionar.




Suas imagens poderosamente altera a maneira como pensamos sobre o mundo e nosso lugar nele. Nos faz parar para refletir sobre as conseqüências para o povo da China  nesta corrida louca para garantir os ideiais do capitalismo. Acho que vou lembrar-me destas fotografias quando comprar um produto e ler: made in China.

Boa volta ao trabalho, meu povo.

Fonte: www.edwardburtynsky.com

segunda-feira, 19 de abril de 2010

ANOTE AÍ - Visite a exposição: Salvador no meio da noite


EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DE LUCAS DE OURO

Lucas de Ouro exibe sua primeira incursão fotográfica em seu projeto ”Salvador no Meio da Noite”, selecionado pelo edital Portas Abertas para as Artes Visuais, da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
Ele explica um pouco como surgiu a idéia deste projeto.

Visitar uma cidade tão plural, dinâmica, colorida e linda como Salvador, desperta a vontade de capturar frames destes momentos mágicos em qualquer turista. Morar em Salvador desperta a vontade de refletir sobre seus habitantes e sua dinâmica, possibilitando enxergar além de seus encantos naturais e representar a cidade por uma perspectiva diferente.

De Paripe à Barra, da Ribeira à Brotas, encontro pessoas com costumes, rotinas e rostos tão diferentes que nem parecem morar na mesma cidade. Estampada pelo carnaval, a cidade é reconhecida mundialmente pelo seu agito, seu calor, e seus sorrisos. O Brasil todo conhece essa Salvador.


Na contra-mão do lugar comum, este projeto fotográfico tem a intenção de captar momentos em que os habitantes da metrópole baiana não protagonizam festas nem paisagem exuberantes, mas dão lugar às suas reflexões cotidianas de trabalho e relacionamento. É no meio da noite, atrás das cortinas, na hora de dormir, que o soteropolitano pensa na vida e se assemelha aos seus vizinhos.


O título refere-se e faz sugestão à meia noite, à meia luz, ao meio rosto, ao meio claro e meio escuro, criando um circuito fechado de significantes na forma de produção fotográfica de uma população contemporânea e humana.


É normal abordar temas variados de uma forma convencional, mas é raro encontrar temas comuns sendo abordados de formas diferentes. Foi exatamente com este pensamento que resolvi fotografar.


Este projeto justifica-se na interação da arte com a realidade e a rotina de uma população urbana contemporânea. Através da agripnia, conhecida também como insônia – onde as reflexões, medos, resoluções e planos se potencializam na sonoplastia dos breves segundos do relógio – os títulos das fotografias saltam como sinceros anseios de quem protagoniza uma capital.


Salvador não tem sempre carnaval e nem sempre faz sol, como também nem toda roda é de capoeira e nem toda baiana vende acarajé. Estes estereótipos turísticos, por vezes, escondem essa terra que respira através dos que habitam, trabalham, lutam e coexistem com os percalços de uma metrópole, como qualquer outra. Uma cidade feita de gente.


O que te faz acordar no meio da noite? Ou nem dormir? É sob essa ótica que esta exposição permitirá um diálogo com a outra metade ofuscada pelo brilho intenso dos clichês. Retratar não um cartão postal, mas um cidadão; não um sorriso, mas uma expressão tensa da qual qualquer mortal esta sujeito. Uma critica sutil que dá lugar não aos foliões, mas aos soteropolitanos verdadeiros.


Abertura: 23 de abril de 2010
Local: Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima
Visitação: 23 de abril a 16 de maio - Segunda a Domingo, das 8 às 21h. 

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Fmb covida você para assistir " O estrangeiro"



O Estrangeiro

Vera Holtz conta como foi sua estréia
 como diretora em “O estrangeiro”




Foi na peça “O estrangeiro” que Vera atuou pela primeira vez no papel de diretora de teatro Ela aceitou o desfio depois que ecebeu o convite de Guilherme Leme.


 A decisão partiu do pedido do Guilherme. A gente tinha um envolvimento com a história da adaptação. Eu estava com ele na Dinamarca quando este texto foi apresentado. Depois, acompanhei à distância os preparativos - conta Vera.
O autor desta versão de "O estrangeiro" é o dinamarquês Morten Kirkskov, ator, diretor e amigo de Guilherme Leme. O brasileiro levou dois anos para amadurecer a ideia de montar o texto. Nesse tempo, fez leituras dramatizadas e assediou Vera para aceitar o convite para dirigi-lo. 



Vera acabou aceitando mesmo fazendo as gravações de Três irmãs, onde ela fazia o papel de Violeta.
Falei para ele que, com a novela, é praticamente impossível trabalhar de corpo e alma. Violeta é muito rigorosa e consome muito do meu tempo. Aí, ele sugeriu que dividíssemos: "Você cuida de mim e eu cuido da execução cênica." Adorei, porque gosto muito de interpretação.”
Vera Holtz descobriu um novo mundo, trabalhando ao lado de Guilherme Leme. A atriz, que nem imaginava estar do outro lado da cena, agora quer aprender mais sobre direção. E sobre narrativa.
Eu nunca trabalhei com narrativa. Só lembro de ter assistido. Estou aprendendo com o pouco que vi, com o que já conversei e com o que percebo intuitivamente. Mas é surpreendente trabalhar com o ator. É uma atitude muito diferente de quando você está atuando. Fiquei com vontade de ter um conhecimento maior nessa área. Fico curiosa para saber quais são os atalhos para fazer com que o ator chegue de forma confortável onde você quer - comenta a atriz.
Fonte: www.oglobo.globo.com

Ingresso - O estrangeiro

Pessoal, os ingressos para a peça O Estrangeiro serão vendidos a partir de quarta-feira,
dia 21 de Abril.

Local: Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima.
( a partir das 14h)

Valor:
30,00( inteira)
15,00(meia)

Divagando- Camille Claudel


Esta semana terminei de ler o catálogo da exposição de Camille Claudel – A sombra de Rodin, de curadoria de Romaric Sulger, quem eu tive o prazer de conhecer.

Antes de começar a falar de Camille, hoje eu me dei conta que as mulheres que mais admiro, quer seja na arte ou na literatura, tiveram uma vida trágica. Lembrei-me de Frida Kahlo, Flor Bela Espanca, Virgínia Woolf e Karen Blixen. Espero que não me lembre de mais nenhuma, senão vou achar que tenho um prazer pela tragédia. Não, gente, não é isso. O que mais destaco nestas mulheres são o alto valor estético e literário e a coragem ousada de romper com os padrões da época. Mesmo não tendo admiração pelo sofrimento não tem como não falar do mesmo para entender as obras de cada uma.

Nas primeiras linhas do texto do catálogo que li, Romaric escreve: “Uma vida longa com um espaço de tempo dedicado à criação tristemente curto, apesar de muito rico. Essa pode ser uma síntese da biografia da escultora Camille Claudel”. Nestas palavras ele falou tudo, mas... eu falarei um pouco mais desta autêntica escultora.

Não podemos falar de Camille sem a citação exaustiva do nome Rodin. Ela foi a única mulher a trabalhar com o escultor, destacando-se entre todos os seus ajudantes, além de o impressionar com sua beleza, habilidade técnica e entendimento da arte. Isto tudo atraiu Rodin. Ela era exímia no trabalho com mármore, e sua capacidade para esculpir pés e mãos garantia-lhe a confiança de Rodin. Tanta admiração e uma intimidade crescente resultaram em num relacionamento amoroso,conturbado e marginal já que ela convivia na condição de amante. Esta união durou quinze anos, entre momentos de paixão, brigas, um aborto e todo ciúme de Camille contra a esposa de Rodin. Como conseqüência sua reputação e moral, diante da família, dos artistas e dos intelectuais foram abaladas, iniciando um processo de isolamento, o que a fez perder, gradativamente, sua segurança emocional.

A discípula aprendeu muito com o mestre durante todo o tempo que trabalhou com Rodin. Houve uma fusão inextricável de participações de Camille na obra dele. As obras de um se confundem com a do outro. Porém, ela desenvolveu um estilo próprio e deu uma nova dimensão às obras de Rodin. Um ponto que eles discordavam de forma prática e teórica é que ela dava muita importância ao “movimento” na construção da escultura e Rodin privilegiava o “modelado”. Percebemos na maioria das esculturas dela braços longos demais, pernas além do normal e corpos desproporcionais, dando a ilusão de movimento, como vemos nesta escultura abaixo. (A valsa)

Camille decide se distanciar de Rodin porque ele não deixa sua esposa e porque ela passa a procurar uma autonomia para sua obra, já que passa a surgir rumores que suas obras seriam executadas por seu mestre.

Esse distanciamento culmina no rompimento definitivo. Camille se fechou num universo pessoal o que viria a dilacerá-la. Muito ferida, ela passa a sentir por Rodin um ódio misturado com amor cultivando então uma paranóia.

Como não se pode garantir, na arte, uma obra imune às influências da vida de seu criador, percebemos que nas suas esculturas seus personagens não encaram o espectador e nem seu par. Seus casais não se olham, são cegos para o outro, fechados numa dor que procura a solidão. O que une esses casais, como na vida da própria Camille, é o segredo de amante é a culpa que não permitem que seus rostos sejam flagrados ao olhar-se, pois não resistiram, como a própria Camille, à verdade ou mentira do outro. (Abandom)


Apoiada por críticos de arte ela faz duas grandes exposições que foram um sucesso, mas que não a faz esquecer o ódio por Rodin. Os períodos paranóicos multiplicam-se. É internada em um hospital psiquiátrico, e em momentos de delírios ela acha que Rodin está roubando suas escultura para expô-las como suas. Viveu trinta anos internada. Durante este período recebeu poucas visitas do irmão, de quem ela tanto gostava, nenhuma da mãe e da irmã, e sua única janela para o mundo foi a farta correspondência que manteve com amigos, sempre suplicando para voltar à vida. (A suplicante)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Estrangeiro


GUILHERME LEME
VEM A VITÓRIA DA CONQUISTA COM A PEÇA
"O ESTRANGEIRO"


A montagem da peça é baseada em um dos mais famosos romances do século XX, O Estrangeiro, do escritor francês Albert Camus. Dirigida por Vera Holtz e estrelada por Guilherme Leme.

O espetáculo faz curta temporada no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima nos dias 01, 02 de maio, as 20h, depois de ser sucesso de público nos palcos cariocas.

A peça narra a história de Meursault, um homem que leva uma vida vazia. Em um dia , recebe a notícia da morte da mãe, comete um crime, é preso, julgado.Tudo acontece, sem sentido. E ele é guiado pelo acaso da vida. Em todas as circunstâncias ele age indiferente, como se ele não tivesse a real dimensão de suas atitudes.

No velório da mãe, Meursault se comporta de maneira estranha. Ele não chora, não se desespera, não demonstra nenhum sentimento de tristeza diante da perda. Todos os presentes condenam sua atitude. No dia posterior, mais atitudes estranhas acontecem, ele vai ao cinema com uma amiga e terminam a noite dormindo juntos.Passados alguns dias ele passeia na praia e mata um árabe. Simplesmente mata, tranquilamente apontou o revólver, puxou o gatilho e quando viu o corpo no chão ainda deu mais três tiros. É preso e no dia do júri ao ser questionado o motivo do assassinato ele simplesmente disse que fazia calor.

O absurdo se faz presente. E é o absurdo o foco da obra de Camus.

O absurdo não para por aí. Na prisão, esperando o momento da execução da pena de morte, um padre vai ao seu encontro para que Meursault se confesse e se arrependa de seus pecados. Mas, sem nenhum remorso ele nega Cristo e agride o sacerdote já que este enfurecido com a presença do mesmo. Sente alegria por seu ato. Pela primeira vez, ele demonstra sentimento, sai da inércia moral que se encontrava antes.

Meursault não encontra explicação nem consolo para os acontecimentos em sua trajetória, tudo ocorre à sua revelia e nada faz o menor sentido. Ele não acha explicação na fé, religião ou ideologia, não tem onde se amparar. O que pode ser visto como uma vantagem: esse homem é livre, pode se fazer a si mesmo, sua vida está em aberto. Ele se depara e se angustia diante da liberdade e do absurdo. “Além de ser uma narrativa seca das desventuras de Meursault, condenado à morte por matar um árabe, é também uma autobiografia de todo mundo, do homem contemporâneo”, conclui Guilherme Leme.

Durante todo o espetáculo o público é envolvido pela narrativa. Agonia,assusta. E faz o público pensar que a humanidade também caminha para a indiferença.

Fonte: Correio do Povo

Ficha Técnica:

Texto: Albert Camus
Adaptação: Morten Kirkskov
Tradução: Liane Lazoski
Direção: Vera Holtz e Guilherme Leme
Atuação: Guilherme Leme
Iluminação: Maneco Quinderé
Cenografia: Aurora dos Campos
Trilha e Música Incidental: Marcelo H:

Serviço:
Realização: Fmb Produções.
Data: 01 e 02 de maio
Horário: 20h
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos.


Divagando - Arte e realidade








Eu comecei este blog com a intenção de publicar a programação da produtora e dar dicas culturais da nossa cidade, mas como eu acho que é pouco eu vou aproveitar esta ferramenta para fazer posts relacionados a arte, que é uma paixão minha.

Vou intitular o marcador de “divagando”, um espaço de reflexões. Não achei nome mais interessante, porque é arte que me faz passear sem rumo.

Bom... ontem a noite, eu estava assistindo ao Fantástico e todas as reportagens (com uma certa hipérbole) foram a respeito da tragédia decorrente da chuva no Rio de Janeiro. Aí, lembrei-me de umas fotos da instalação do artista mexicano ,Ivan Puig, que tenho nos meus arquivos. Uma das coisas que acho interessante sobre a arte que é uma idéia, poder nos levar a um emaranhado de conexões com a realidade.

A instalação consiste em três partes, a primeira parte mostra um carro submerso, a segunda um homem suspenso nos dando a ilusão que estava se afogando e a terceira parte mostra o carro e homem em proporções menores, flutuando. Puig diz que estava interessado em “proporções de eventos e a sua relatividade.”

Foi esta a ligação que fiz entre a obra de Puig e o desastre causado pela chuva. Este acontecimento causou proporções diferentes em cada pessoa. Enquanto algumas veem o evento como as duas primeiras partes da instalação, onde a água invade, ameaça. Outras veem o acontecimento não com grande magnitude, porque não foram afetadas totalmente, não perderam tudo ou alguém com a água. Estas fazem a imagem do copo, onde a água não ultrapassou o limite do mesmo.

Se minha ligação é lógica(rsrsrsr)? Para mim foi. Para você pode não ser, enfim, a arte é realizar uma idéia à nossa conclusão lógica.


ANOTE AÍ - Aproveite a segunda-feira para assistir "Aqueles dois"


No post anterior eu falei da ação de descentraliazar a arte e este é também um objetivo do projeto Palco giratório – Rede SESC de Intercâmbio e Difusão das Artes Cênicas. E é com a premiada peça Aqueles Dois, uma revelação do circuito teatral independente brasileiro, que o projeto chega a Vitória da Conquista. E esta não é primeira vez aqui em nossa cidade. Eu já assisti a duas peças maravilhosas que este mesmo projeto trouxe.
A história da peça é contada tendo como atmosfera a rotina de uma “repartição” – metáfora para qualquer ambiente inóspito e burocrático de trabalho –, na qual se desenvolvem laços de cumplicidade entre dois de seus novos funcionários, Raul e Saul. A aproximação entre eles gera desconfiança, insinuações e repressão por parte dos outros colegas de trabalho.

Aqueles Dois foi criado a partir do conto homônimo do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996), publicado em sua primeira versão no livro Morangos Mofados (de 1982). No conto, como praticamente em toda a produção literária do autor, são múltiplas as citações ou simples menções a artistas e obras de áreas diversas, locações urbanas, letras de músicas, filmes e épocas variadas, em que o autor mistura, despudoradamente, seus universos biográfico e ficcional. Esse “ambiente” é transposto para o palco pela companhia, num espetáculo que chama atenção pela simplicidade e criatividade das soluções cênicas.”
Bom...dei a dica. Caso não tenha nemhum compromisso na segunda a noite não deixem de ver esta peça.
Fonte: www.itapoanonline.com
SERVIÇO:
Onde: Centro de Cultura camillo de Jesus Lima
Data: 19/04:
Informações: 3424-4725
Horário: 20h
Entrada Franca
Classificação: 16 anos