DIVAGANDO - Viva o verdadeiro São João!

Sempre passo o São João, na Chapada.  Um ano em Mucugê, outro em Igatu, depois no Vale do Capão. E assim ia bem feliz. Este ano, em vez de ficar o tempo todo em Mucugê, inventei de ir a Macaúbas, mudar um pouco. Por que eu fiz isto? Quando estava em Macaúbas deparei-me com um monte de gente indo atrás de um trio elétrico dançando ao som daquilo que nós conhecemos por axé. Enfim, contei até mil, contar até dez não ia adiantar nada. Eu me perguntei: O que euzinha estou fazendo aqui? Eu mesma respondi: Besteira. E na mesma hora, jurei que não mudo mais meu destino, no São João. Continuarei indo para Chapada. Por quê? Porque é lá que eu vivo a alegria do São João.

É na Chapada, que eu percebo o verdadeiro sentido desta festa. São João para mim não se resume a um grande palco montado na praça principal para receber aquelas duplas sertanejas com cabelos espetados e fivelões, fazendo caras e bocas. Não se vive o São João em festas de camisas ouvindo os Aviões, as Calcinhas nem os Cavaleiros junto com doze bailarinas seminuas dançando no palco. Isto para mim não é São João e o que estes cantores gritam e gemem não é forró. 

Eu vejo a festa do São João, nas crianças brincando alegremente com as chuvinhas e bombinhas. São as quadrilhas que surgem de surpresa, no meio da rua, sem aquelas coreografias elaboradas. É o som da sanfona, do triângulo e da zabumba ecoando de várias ruas e um grupo de pessoas dançando ao redor. Empolgo-me tanto que nem ligo para o zabumbeiro que está fora do ritmo. O ritmo que eu sigo é o da alegria. É o cheiro do quentão, do licor e dos quitutes. É o pau de sebo. São os casais de velhinho olhando a fogueira. É um dedo de prosa com quem vive ali para sabermos um pouco das suas histórias. São os fogos da alvorada, às seis horas da manhã, chamando o povo para seguir a banda de fanfarra e sair entrando em casa e casa para desejar um bom São João aos donos da casa e aproveitar tomar um café quentinho e comer as guloseimas ( esta parte eu digo só de comentários, nunca conseguir levantar tão cedo, no frio).  É o arrasta pé no coreto. 

E assim eu espero passar as próximas festas juninas. 

Viva o verdadeiro São João!