"Nu de mim mesmo” é um espetáculo que mistura o experimentalismo, a dramaturgia fragmentada, o espaço cênico não-convencional, um certo vazio existencial de parte dos personagens. São propostas unidas que construiu um espetáculo tocante, bonito e relevante.
Não tenho como resumir, aqui, a história contada no palco, porque não é o mais importante. Além do mais, são várias pequenas histórias, fragmentos conectados de alguma forma, e uma narrativa que avança e retrocede em espaços imaginários e no tempo. O que vale a pena dizer é que “Nu de mim mesmo” é sobre o quanto nos afetam as coisas que nunca foram ditas, sobre o fato de que tudo e todos mudam ininterruptamente.
Durante o espetáculo, histórias vêm, vão e voltam, interligadas ou não. Imagens surrealistas se formam. Lembranças e sentimentos guardados em algum canto da memória são resgatados, às vezes com a parcimônia dos traumatizados. Quase não há regras. Nem tudo precisa ser compreendido. Você sabe o tempo todo que aquilo não é de verdade. Mas, se está vivenciando aquela experiência, se faz parte dela, se se emociona com ela, aquilo é legitimamente real, tanto quanto o seu dia-a-dia.
Não existe platéia porque público e elenco ficam ambos no palco. São permitidos apenas 40 espectadores por apresentação, sentados em cadeiras dispostas de modo a formar um retângulo. A ação se passa quase toda dentro desse retângulo. E do lado de fora dele há telões, usados não apenas para exibir projeções, mas também para promover a imersão do público no universo proposto. Todos ficam dentro do cenário.
Os objetos de cena vão sendo trazidos ao palco pouco a pouco, conforme se precisa deles, e nunca são retirados, vão se acumulando como informações que guardamos em gavetas obscuras do cérebro, por vezes esquecidas, mas sempre ali em algum lugar, prontas para serem relembradas ou reinterpretadas a qualquer momento.
Como em um sonho, tudo é cabível em “Nu de mim mesmo”: participação do público (nunca exposto a constrangimentos), projeções, música ao vivo e gravada, momentos de canto, cenas de dança e até a possibilidade de os espectadores assistirem a tudo em pé. Como há diversos momentos propícios ao improviso dos atores, o tempo de duração do espetáculo varia.
As músicas especialmente compostas para a peça são uma atração à parte e só somam ao todo cuidado cênico.
Vocês sairão do teatro encantado e pensando no que ainda dá tempo de fazer na vida.
poderiamos ter novemene o espetaculo Nu de si mesmo em Vitoria da conquista?
ResponderExcluirnão consegui participar e sei que muitos adorariam a oportunidade.
Olá,
ResponderExcluirPrimeiro eu peço que sempre quando postar um comentário coloque o seu nome. Responder, assim, para quem não sabemos o nome é tão chatinho.Fica uma coisa meio fria. rsrsrrs
Trazer o espetáculo "Nu de mi mesmo" novamente é muito difícil. Eles estão com a turnê fechada. Que pena que você perdeu! Pergunta respondida.
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A FMB agradece